O
que me ocorre é um lapso desconhecido de algo prestes a romper. Rompimento
placentário de uma prenha em 3° ato. Corte oblíquo dos olhos fitando a visão,
imagens a significar, sentimentos a se sentir e compreender. Ilusões, sou se
não uma ilusão dançante nos olhos de quem me vê e crê que sou real. Minha
realidade escapa a minha vontade. Quando vejo já fui, precipito-me e aconteço.
Ocorro como um já que outrora era agora, e assim desdobro-me como um origami
delicadamente fino e confeccionado por Deus num ato passional. Não sei outra
forma de ser. Sou um coração bobo a bater vigorosamente numa rítmica erma, onde
artérias sincopadas bombeiam-me folego e novas formar de amar.
sábado, 24 de janeiro de 2015
O amor me deixa tolo!
-Que languida
sensação de afago me ocorre na memoria da pele.
Disse verbalizando
seu pensamento em claro som dos atritos vindos das pregas, língua, dentes e
palato.
-O que me ocorre
chega por vias sensoriais de uma louco estimulo externo. De tempos longínquos
onde havia em mim uma linda ilusão de amor.
O personagem que
lhes fala ocorreu de uma tristeza que não há fim. Tristeza que lhe foi dada,
uma dor que de repente finge que se esquece mas que sempre retorna.
Há uma estranha
dobradura em meu interior, hermeticamente condensada nas vísceras, difícil de
compreender. Em pontos equidistantes num sopro longínquo, perdeu-se um pedaço
meu que outrora vinculava uma certa alegria ao meu cotidiano. O que sei de amar
não me basta e o que tive de amor tampouco.
Sinto as sombras de
pássaros efêmeros sobrevoarem meu ser, e a qualquer instante morrerem no ar em
queda livre e golpearem meu físico com seus corpos falecidos. A cada pancada
rompe-se algo, e destas feridas possibilito-me enxergar novos músculos secretos,
aguardando o drama na boca da cena. Instituo o ato, fragmento de algum instante
que nasceu e continua a nascer. É como se a loucura materializa-se em carne e
me desse pedaços teus para eu provar, lentamente e sem preparo, desprovido do
conhecido e em plena novidade.
O que sei não me
serve mais, busco novos saberes que me deem sentido e me reinventem, algo maior
do que um puro copo de um velho licor blasé. Beba-me em gestos e frases soltas,
assim quando terminares beber-te-ei em puras doses de paixões acrescidas de uma
voraz vontade de amar. Ah o amor me deixa tolo!
- Bruno Bueno Requena
Solidão...
Como lidar com a urgência da saudade? Como lidar com o secreto intimo que a solidão me proporciona? A sensibilidade me leva a níveis absurdos de solidão. Ao mesmo tempo que me sensibilizo me isolo. É um fato falho que ocorre em minha personalidade. De que reservo-me? Creio que a intensidade de meus modos aflore de modo avesso, e ao aproximar-me do que quer que seja, a coisa foge. A fuga do intenso abismo que me lanço. A minha sensatez é avessa. Eu sou o avesso do que aparento. A minha intensidade é de tal modo abismática quanto imagética.
- Bruno Bueno Requena
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
O que sinto esta posto...
Esses dias eu estava pensando na importância das palavras... Percebi que deturpo sempre o que sinto ao verbalizar meu intimo. Inútil me parecem as palavras já que meus gestos são um mar de livros a serem lidos sensitivamente.
O que sinto esta posto, sem a necessidade de algo ser dito. Capta este "dizer" em minha sutileza, em meus olhos, corpo e alma... Pobres aqueles que são cegos dos sentidos. Não sei outra forma de viver se não "a flor da pele", uma flor que desabrocha sempre a espera do bater de asas sutis de uma borboleta.
O que sou me escapa. Sou se não um mar em mim, em busca de um barco que saiba me velejar...
-Bruno Bueno Requena
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