terça-feira, 26 de maio de 2015

Inóspito

Inevitavelmente o corte sangrará um denso liquido corpóreo
Evocado da carne repleta de hematomas que deflagram a dor
O abismo
O corte
E a solidão.

Esmeraldas na íris escondem-se por entre pigmentos vários
Ecos de um passado turbulento e de grande sofreguidão
Memorias distorcidas
Crises de percepção
Desidratação lacrimosa

Vácuos nos instante de outrora enevoados por denso negror
Lacunares caleidoscópios contorcidos pelas mãos em chamas
Cinzas de um cigarro
Fogos espocados no ar
Noites a se perceber
Inóspito...

- Bruno Bueno Requena

sábado, 23 de maio de 2015

Lacrimar...

Lacrimar, entristecer, aborrecer-se e felicitar-se
Evocar o ímpeto e mutilar o desconforto inerte, abrupto
Silenciar-se e uivar primitivamente acordado de si
Atormentar e vociferar a própria fronte espelhada e brilhante
Anoitecer e amanhecer como um sol fazendo-se sol
E de repente como eco que ocorre no abismo
Tornar-se vários e multiplicar-se pelas partes da cidade
Inundar o concreto e tornar-se verde e fresco
Como uma brisa pela manhã que transborda novidade
Ao embeber o universo, gerar uma estrela branca
E iluminar-se e iluminar como um clarão que expõe o oculto
Como um oculto objeto descoberto e a sensação de descobrir
Experimentar
Ser
Renovar-se constantemente...

- Bruno Bueno Requena