quarta-feira, 26 de junho de 2013

Minutos de existência

Em minutos de existência que me revela a vida, traços de ar e gravidade, peso sobre o chão feito pedra pesada, que sobre a areia afunda em secura de água, na proporção do peso dos sons, atritos vazam de cantos ocultos, face obtusa de mim mesmo em reflexos vários, e o que sou se escapa por entre tanta coisa que é, o que falo em segredo de lábios em atrito de língua, dente, boca e ar. 

A proporção que se amadurece em pensamento, no qual, traumas rasgam em consequência de sustos de vida, espasmos no tempo, segredos obscuros, e esta obscuridade que inerte ou supostamente inerente, vaga sonâmbula por entre o corpo, e ao se externalizar, assombra a vida, e o concreto se retorce como num dia de alto verão. E assim o que era intransponível vaza ao real e se confunde na realidade, o mais abstrato do ser, a primitividade doce de uma criança que chora ao vir a vida.

E depois de uma tarde retangular e de catetos e hipotenusas, percebo em ângulos diversos a pluralidade indefinida de algumas espécies e gestos, e ao me jogar numa cama verde, estrados de terra e lençóis de grama, me conecto com o mais sagrado ato da vida na qual todos os seres deveriam desvendar, dizer, neutralizaria o instante em surpresa, o horror do momento e alegria misturada, a lagrima escorre salgada, e levito, meditação orgânica e mística, a natureza se funde a mim e me possui, e eu grito, um grito de horror e esperança. O que se faz depois disso? Também é um mistério.

- Bruno Bueno Requena

O instante é a incógnita do respiro...

O instante é a incógnita do respiro, é o momento máximo do presente, é o susto de vida, a própria mudança ocorrendo, é um já maiúsculo em horror de existência, é plural em espaço, é vida acontecendo ou vida morrendo, instantes muitos de passados acumulados, futuros a vir, instantes ali, AHHHHH!! AHHHHH!! ouça...

- Bruno Bueno Requena