domingo, 31 de março de 2013

Exacerbação do ser...


                Assim meu corpo dilatou-se em pupilas varias, e de repente, a Iris tomara formas abstratas e se contraíram suavemente, buscando no conforto a visão nua e límpida, luz branda e calma que acendia a pele, estado morno que agrada abraços inertes,e transmitem em calor o amor físico, equilíbrio térmico de corpos buscando o instante, ali, quase infinito momento, que se amplia em cores, músculos e vibrações, a mansidão do espaço beija meus olhos em luzes distantes, algumas mortas, mas com brilhos em expansão, e como se em novidade de existência, meu corpo envolto a outros fundiram-se harmoniosos, quase  nem se percebia, outros gemiam o ato, outros apenas em ato, outros em átomos, e como num gozo vulcânico denso e expressivo  transbordei a alma em rios, assim, o vasto alargou-se em matéria, o orgânico transformou-se em divino, e de repente eu tornara-me algo maior, algo permanente, instante prazeroso da alma em vida, quase que gritei em exacerbação de ser, mas contive a voz pois já me permitira tudo, a novidade me agrada, e nesse instante novo mutável e excêntrico, tornei-me vários e nesta peculiaridade tamanha derramei o leite, alimento para a vida, e gozei a mim o que me prendia, agora me perduro num tempo qualquer, as dimensões atravessam-me e acrescentam o pensamento, voa livre como um pássaro ansiando o horizonte, busca no ninho o aconchego a calmaria, sensação de felicidade em que todos almejam.

- Bruno Bueno Requena