sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Evolução em Chamas...

Evoluir. No mais amplo da palavra sentida por evolução, no qual os seres viventes sofrem em graus distintos de tempo, sua própria modificação. E este movimento que se chama vida, no qual se tem conhecimento. O ser humano é um dos seres mais surpreendentes, de sua forma organizacional, criativa e fluxos de idéias que trasbordam pela mente, num súbito de explosão de existência, da qual a alma regozija de um prazer de ser, ser consciente, racional, ser humano, no maior sentido da palavra. Pensativo que somos, observador, livres ou não tão livres assim, ou somente iludidos. Eis que no atual momento de tempo presente, que se desdobra, tornando-se passado para que o futuro venha a existir, o homem na sua maior ganância de algo maior, algo que desconhece, mas lhe é almejado, busca a perfeição, nesta busca ideal, profana, criamos um mundo de idéias na qual vivemos, o pensamento materializado e tecnológico, elétrico, multicolorido. Tudo isso se dá ao pensamento, o pensar racional, com isso, construímos cidades, automóveis, armazenamos energia, fomos a lua, educamos nossas crianças, escrevemos livros, curamos doenças, criamos e destruímos, evoluímos. Evolução explosiva, como vulcão em lava densa, lava agressiva, queimando.  
A sociedade, chegou a um nível tecnológico, evolutivo, racional, critico de existência, tudo acontece em uma velocidade estonteante, as modificações ocorridas em cada momento presente, e tão veloz, que assimilar tudo que ocorre, é quase que impossível, o tempo está girando mais rápido, e neste curto prazo que nos é imposto, a reflexão, a introspecção, o assimilar das coisas ocorre em um fluxo caótico, gerando idéias e noções deturpadas da realidade que nos escapa como água por entre os dedos, esta fuga de nossos impulsos primitivos, nos tornamos seres viciados por prazer, a fuga de nossas raízes, valora no presente em vícios, doenças mentais, e noções míopes de julgamentos moralistas de nós mesmos, castrando o real sentido da palavra: ser peculiar, ser distinto.
E a questão é, para onde estamos evoluindo? Estamos seguros da própria nudez? Eis uma pergunta que me foge, o que crio são suposições, são pensamentos, são doenças, enfermidades de alma, alma doente da própria espécie, espécie doente de si própria. Vivemos num momento de mudança, mudança necessária para sobrevivência, o que se tem são idéias desgastadas, modelos antigos, ações precipitadas, noções grotescas de existência. O que se fazer? Talvez buscar espiritualidade, ou então, tornar-se simples num meio complexo de coisas, tarefa árdua que exige coragem, e querer de querer ser, ser diferente, talvez seja um começo, não se sabe, é tudo muito incerto. Refletir, observar, pensar leve, palavras, somente palavras, a pratica é ação, e também uma palavra, são idéias.
O pensamento coletivo, em sua abrangência, em seu âmbito maior de convivência, de respeito, de sobrevivência, é urgente em sua ação, é urgente em ação de existência, é urgente em grito, grito agudo dissonante em uma confusão de parodia e prosódias, conceitos, e afirmações, negações, e suposições de vivência, na qual as leis tentam compreender, e padronizar, algo “impadronizável”.
O momento é de reformulação, mudança, é de já e agora, por que não mudamos então? Eis o calcanhar da humanidade, em que o interesse é militar da mente. Busque experimentar, busque conceitos novos, busque olhar, livre-se de julgamentos falso-moralistas, o momento é de aquárius, um vórtice no tempo, um buraco branco na existência.

-Bruno Bueno Requena